Mais da metade das pessoas envolvidas com tráfico de drogas no Brasil não chega ao Ensino Médio, de acordo com a pesquisa Raio-X da Vida Real, realizada pelo Instituto Data Favela, da Central Única das Favelas (Cufa). Além disso, somente dois em cada dez entrevistados concluiu esta etapa dos estudos.
O levantamento reuniu respostas de quase 4 mil pessoas. Do total, 22% possui Ensino Médio completo, 16% Ensino Médio incompleto, 13% fundamental completo, 35% fundamental incompleto e 7% não possui qualquer grau de instrução. O questionário ainda trazia a pergunta "Olhando para trás na sua vida, o que você teria feito de diferente?", e 41% relataram que teriam estudado ou se formado.
O curso de Direito era o mais interessante para a maioria dos entrevistados (18%). Depois, vêm Administração (13%), Medicina/Enfermagem (11%), Engenharia/Arquitetura (11%) e Jornalismo/Publicidade (7%).
De acordo com a pesquisa, a falta de acesso à educação e a oportunidades de qualidade no mercado de trabalho são causas para que entre 6 ou 7 em cada 10 dessas pessoas não consigam ganhar acima de dois salários-mínimos de renda mensal, o que é um agravante para a possibilidade de adentrar no crime.
Perguntados sobre os principais problemas do Brasil, os entrevistados apontaram a pobreza e as desigualdades como o principal deles, opinião de 42%, seguida pela corrupção, citada por 33%. A violência foi citada por 11%, e a falta de acesso à educação e à saúde, por 7% e 4%, respectivamente.
O estudo analisou as respostas de 3.954 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. As entrevistas foram feitas pessoalmente, nos locais de atividade criminosa, no período entre 15 de agosto de 2025 e 20 de setembro de 2025, em favelas de 23 estados brasileiros.







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