Presidente da Faec, Amílcar Silveira, disse que o objetivo do encontro foi estreitar o diálogo entre pesquisadores e produtores e facilitar o planejamento do plantio e da colheita Crédito: Bruno Cabral/Faec/Divulgação
Meteorologistas contratados pela Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec) projetaram chuvas dentro ou acima da média histórica em 2025
Os estudos foram apresentados no último sábado, 23, para cerca de 1.000 produtores rurais, dentro da programação da 17ª edição do FestBerro, em Tauá (a 337 km de Fortaleza).
Conforme Antoniane Arantes, responsável pelo boletim de hidrometeorologia do Estado de São Paulo, a expectativa é de que se tenha um ano sob a influência do fenômeno La Niña, quando as águas do Oceano Pacífico estão mais frias que a média histórica.
“A gente espera que seja um ano de normalidade. Recomendamos aos produtores rurais que realizem seus plantios dentro da normalidade das condições de chuvas da sua região”, disse, acrescentando que a criação de microclimas que favoreçam as plantações também pode ocorrer com a adoção de práticas de conservação do solo.
Por sua vez, Luiz Carlos Molion, professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) afirmou que as condições de chuvas no Ceará em 2025 dependerão da interação das frentes frias dos hemisférios Norte e Sul, mas que a tendência é a de que não sejam registradas secas severas no próximo decênio. Mesmo assim, ele sugeriu a plantação de espécies resistentes às condições semiáriadas, tais como o cacto mexicano, chamado popularmente de tuna, e o sorgo granífero.
Já Ronaldo Coutinho, fundador da empresa de previsão meteorológica Climaterra e do Canal do Tempo, participando por videoconferência, destacou a expectativa de chuvas acima da média entre janeiro e março e dentro da média, a partir de abril. Ele alertou, porém, que microclimas na região centro-sul do Ceará, podem apresentar variações significativas nos volumes de chuva, e aconselhou que os produtores não se precipitem no plantio.
O presidente da Faec, Amílcar Silveira, disse que o objetivo da contratação dos meteorologistas é facilitar o planejamento da plantação e da colheita, além de estreitar o diálogo entre pesquisadores e produtores. “Trouxemos três dos principais especialistas em análises meteorológicas do Brasil para apresentar seus prognósticos e ajudar o produtor a tomar sua decisão”, ressaltou.
A mais recente previsão feita pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), indicou 45% de chance de chuvas abaixo da média para o período que vai de dezembro deste ano a fevereiro do próximo, pegando os meses de pré-estação e o primeiro da quadra chuvosa, que oficialmente segue até maio no Ceará.
(*) O Povo
