Após nome ser citado em denúncia, Nezinho quer levar caso para Justiça


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O deputado estadual Nezinho Farias (PDT) pretende acionar a Justiça contra o colega André Fernandes (PSL), após denúncia, entregue por esse último ao Ministério Público, citar o pedetista como parlamentar envolvido com facções criminosas.
"Meus advogados estão discutindo entrar na Justiça por danos por morais. O que que eu tiver de direito, eu vou entrar", enfatiza Nezinho. "A minha indignação é que, depois de 31 anos de vida pública, uma pessoa chega e faz uma denúncia dessa sem fundamento. Revolta a gente", continua o parlamentar. Apesar disso, ele disponibilizou os sigilos telefônicos e bancários para o MP.
Na última sexta-feira, 14, Fernandes apresentou denúncia contra o colega, na qual afirma que "tomou conhecimento de que haveria algumas irregularidades envolvendo" Nezinho, que seria "supostamente envolvido com o fortalecimento de facções, inclusive com a lavagem de dinheiro por meio da realização de 'jogo do bicho'".
Fernandes cita projeto de autoria de Nezinho como sendo um indício da veracidade das irregularidades. A proposta pretende regulamentar e-sports, modalidade esportiva de jogos eletrônicos. "Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Se tivesse, com certeza quem não entraria para essa causa era eu", enfatiza Nezinho.
Ele lembra que Fernandes votou a favor do projeto na CCJ. Para o pesselista, no entanto, vincular o seu voto a querer "que o projeto fosse aprovado" é "má fé". "A CCJ julga a constitucionalidade e eu votei favorável porque é constitucional. Quando for ao mérito, eu bato de frente", afirma.
Fernandes diz ainda que não fez a denúncia entregue ao MP, apenas a encaminhou. Para ele, os deputados queriam que ele citasse na tribuna um nome para terem "o direito de entrar na Justiça". "Não corro risco de processo. Eu fiz todos os caminhos legais e fui responsável do começo ao fim", explica.
Na sessão de ontem, o caso voltou a ser citado. Após Nezinho utilizar a tribuna para rebater as acusações, parlamentares falaram novamente sobre acionar o Conselho de Ética. O presidente do colegiado, Antônio Granja (PDT), afirmou, contudo, que ainda não houve manifestações. Nezinho diz que "tem que ser tomada uma providência", já Fernandes afirma não ver "nenhum risco, não tenho preocupação".
EM BRASÍLIA
André Fernandes (PSL) publicou ontem nas redes sociais uma foto em que aparece de pé em um ônibus, em Brasília, com a legenda "indo trabalhar". Ausente na sessão de ontem na AL-CE, o parlamentar teve a presença cobrada pelos demais colegas de casa
"Eu não denunciei, eu encaminhei"
O POVO: No que se baseou a sua denúncia no MP?
André Fernandes: Eu não fiz denúncia no MP, eu encaminhei. E qualquer pessoa que me entregar uma denúncia, eu vou encaminhar ao órgão competente. Eu não sei como vazou, já que eu entreguei de modo sigiloso. Não sei se foi de má fé ou se foi falha, mas isso foi um absurdo e tem que ser investigado. Eu não denunciei, eu encaminhei uma denúncia.
OP: Foi apenas um encaminhamento? Sem interferência do seu gabinete na denúncia?
AF: Exatamente isso.
OP: Mas não seria importante de alguma forma averiguar?
AF: Eu acho que isso fica para a Polícia Federal, Civil, para o MP. Eu creio que o meu papel é ser essa ponte entre o povo, que chega até mim com mais facilidade. A gente só formaliza, não tem interferência.
OP: Alguns parlamentares estão falando que o senhor votou favorável ao projeto na CCJ e algumas bancadas já estão se articulando para levar essa questão ao Conselho de Ética da Casa. Como o senhor está vendo isso?
AF: Deputado tem que ser técnico. Eu não posso levar questão política para toda hora em minha vida. CCJ como qualquer outra comissão julga constitucionalidade. Depois vai a plenário para se debater, discutir, votar o mérito. Eu vejo o projeto, vejo se está dentro da lei, eu vejo o que é constitucional. Apesar de achar que não seja bacana no mérito, eu não posso dizer que vou votar contra na CCJ porque eu não gostei do projeto ou porque eu não gosto do deputado. Eu acho que isso é irresponsabilidade, é molecagem. A CCJ julga a constitucionalidade e eu votei favorável porque é constitucional. Quando for ao mérito, aí eu bato de frente. Os deputados estão agindo de má fé, dizendo que eu votei favorável na CCJ como se eu quisesse que o projeto fosse aprovado. (...) Não vejo nenhum risco, não tenho preocupação nenhuma. Não tem porquê me colocar no Conselho de Ética, até porque todos falaram isso, mas nenhum endossou um artigo sequer que eu quebrei do regimento interno. Não fugi do regimento interno, tenho imunidade parlamentar, não fui irresponsável e nem causei desordem. Os próprios deputados é que estão causando desordem no plenário todo dia falando do mesmo assunto. Tenho a consciência limpa, sei que não vai acontecer nada. A lei me ampara.
OP: Você acha que os outros deputados querem alongar a discussão?
AF: Claro, essa é a estratégia para tentar me desgastar. Mas estou tranquilo, para me desgastar vão precisar de bem mais!
OP: Na tribuna, Nezinho falou que caso comprovada a denúncia, ele renunciaria ao mandato. E disse que duvidava que o senhor renunciasse caso estivesse errado. Como você responde a isso?
AF: O que tem a ver uma coisa com a outra? Eu repassei uma denúncia e ele vem desafiar a mim? Ai, ai.
OP: Eu conversei com ele e ele disse que tomaria medidas por ter tido o nome citado, talvez na Justiça. Tu acha que corre risco de processo?
AF: Ele teve o nome citado onde? Eu quero que ele me explique onde ele teve o nome citado. Todos os deputados estavam cobrando que eu citasse um nome, lá na Assembleia Legislativa. Ou seja, eles queriam que eu justamente tivesse vacilado. Aí sim, eles teriam o direito de entrar na Justiça, apesar de eu ter imunidade parlamentar. Mas eu não citei, eu encaminhei um documento sigiloso e vazou. Eu quero saber: onde foi que eu o citei? Pelo amor de Deus. Não corre risco de processo, eu estou aparado juridicamente, fiz todos os caminhos legais e fui responsável do começo ao fim.
Luana Barros

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