
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou na tarde desta quinta-feira (18) que está deixando o cargo. Weintraub fez o anúncio em um vídeo publicado em seu canal no YouTube no qual aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro. O ministro atribuiu sua saída a um convite para ocupar um cargo de direção no Banco Mundial, indicação que segundo Weintraub foi referendada por Bolsonaro.
Weintraub disse que "nos próximos dias" passará o cargo para seu substituto, "interino ou definitivo". O mais cotado para chefiar o MEC vinha sendo o secretário nacional de alfabetização, Carlos Nadalim, mas Bolsonaro agora avalia o nome do atual secretário-executivo da pasta, Antonio Paulo Vogel. Ele trabalhou em gestões petistas no passado.
Segundo Weintraub, com a nomeação para o Banco Mundial, ele e sua família poderão ter "a segurança que hoje" estaria deixando-o "preocupado". No vídeo, o ministro não detalhou os motivos de tal preocupação. No entanto, em conversas reservadas com aliados e interlocutores, Weintraub reconhecia o temor de ser preso por causa das ofensas aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e até de sofrer agressões e ataques físicos, apurou na quarta-feira (17) o analista da CNN Igor Gadelha.
O vídeo em que Weintraub anuncia sua demissão, intitulado "Palavras do Coração", termina com um abraço entre o ministro e Bolsonaro. No site do MEC, sua passagem pela pasta foi descrita como "gestão limpa" e com "amplo legado". Ele foi o 10º nome a deixar o primeiro escalão do governo federal em um ano e meio de mandato de Bolsonaro.
Economista de formação e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Weintraub estava no cargo desde abril de 2019, quando substituiu Ricardo Vélez Rodríguez. Acumulou polêmicas envolvendo o orçamento das universidades federais, o adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), acusações de racismo e críticas ao STF.
Mais cedo hoje, Weintraub revogou portaria de 2016 que exigia que as universidades federais promovessem políticas de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em programas de pós-graduação. A oposição já se movimenta para revogar a medida no Congresso.
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