Apesar da opinião do Palácio do Planalto de que a CPMI do INSS será ruim para o governo em qualquer cenário, essa avaliação não é compartilhada por alguns dos principais nomes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.
O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo na Casa, por exemplo, avalia que, embora o ímpeto da oposição seja implicar o governo petista no esquema criminoso do INSS, o cenário pode mudar, se for possível comprovar que o escândalo tem mais a ver com a gestão de Jair Bolsonaro do que com a de Lula.
"Quem chamou a polícia e deixou ela investigar foi o presidente Lula. Eu não assino CPI, por achar que isso cabe à Polícia Federal. O Congresso deve cuidar dos problemas reais do Brasil, das matérias que importam. Mas talvez eu assine essa, por acreditar que os ventos vão mudar", disse Wagner na quinta-feira, durante a sessão no Senado para ouvir o ministro da Previdência, Wolney Queiroz.
Na mesma sessão, o líder do PT na Casa, Rogério Carvalho (PT-SE), afirmou que o partido assinaria a CPMI se os parlamentares se comprometessem a não limitar as investigações ao período do governo Lula. "Na condição de líder do PT, nós vamos defender que o partido participe dessa CPI, mas não uma CPI para avaliar e para fazer disputa e palanque eleitoral, mas para investigar, apontar os responsáveis e botar na cadeia aqueles que roubaram os aposentados e pensionistas do INSS. Essa é a nossa finalidade", frisou o senador durante audiência.
"O PT vai assinar, sim, essa CPI, e nós vamos investigar, olhando, na linha do tempo, todos os fatos e todas as pessoas, como fizemos na CPI da Covid, como fizemos na CPI do 8 de Janeiro", ressaltou Carvalho.
O primeiro congressista do PT a assinar o requerimento de CPMI foi o senador Fabiano Contarato (PT-ES). Seu gesto causou irritação no Planalto, mas o parlamentar pareceu não se importar.
(*) Agência Brasil
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