Militares não gostam do jeito Bolsonaro de conduzir o País, nem da dinâmica dos ministros do STF

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A mobilização contra o golpe civil ou militar, a partir do não reconhecimento do resultado da eleição pelo presidente Bolsonaro, que disputará, sem aceitar números das pesquisas e o atual formato de utilização das urnas eletrônicas, está sendo planejada em todo o Brasil, por movimentos sociais de direita e esquerda. A pauta une a todos e não tem por objetivo agredir as Forças Armadas, mas retirar da vida pública os que não aceitam a democracia, a liberdade de pensamento, de gênero, de cor. É o que dizem os organizadores. No Ceará, o movimento Crítica Radical está mobilizando o primeiro protesto, marcado para a próxima quinta-feira, 19, na sede da ADUFC, juntamente com partidos políticos, entidades de classe, como a OAB, e movimentos sociais, como a Federação de Bairros e Favelas.

Os candidatos a presidente da República estão preocupados e já debatem a formação da defesa da democracia proposta por Ciro Gomes. Para ele, “Bolsonaro quer criar o mesmo processo que aconteceu nos Estados Unidos, onde Donald Trump foi derrotado e não aceita o resultado da eleição, criando a divisão do país”. Ciro diz que Bolsonaro chegou ao poder através de “um processo eleitoral limpo, o qual não aceita mais porque insiste em envolver no processo as Forças Armadas e civis de extrema direita, que não gostam de percorrer o caminho da democracia”.

Os militares sempre participaram da política e faz parte da democracia que todos assim ajam. Bolsonaro confunde militares e poder. As duas coisas combinam, desde que seja dentro das “quatro linhas”. O mesmo ocorre com a direita mais radical, que está sendo armada, principalmente no campo, onde produtores não gostam da ideia de uma derrota de Bolsonaro, mesmo admitindo que o governo não anda, não realiza, não executa políticas públicas.

O ambiente em Brasília é de completa desavença entre os poderes da República, principalmente entre o Executivo e o Judiciário. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, interveio, anunciando a lisura do processo eleitoral brasileiro e pedindo respeito ao texto da Constituição, que definiu o papel de cada um dos poderes.

Os deputados e senadores, atores maiores da sustentabilidade da democracia, juntamente com o Supremo Tribunal Federal, estão começando a despertar para o problema de se questionar o processo eleitoral. Então, iniciaram uma ofensiva em defesa do pleito e das urnas eletrônicas. Os militares, que têm o papel de proteger a democracia, estão divididos sobre a insistente pauta de Bolsonaro de querer enredá-los no seu jogo para tentar permanecer no poder, mesmo sendo derrotado através do voto.

(*) RB
www.carlosdehon.com

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