Apesar do bom aporte de novembro, bacias preocupam segurança hídrica no Ceará Informação é da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado. Portal Hidrológico registrou um total de 33,1% de água acumulada, que só foi superado em 2012



O aporte hídrico de novembro atingiu a melhor marca dos últimos dez anos para o mês, nos 157 açudes monitorados pelo Ceará. O Portal Hidrológico registrou um total de 33,1% de água acumulada, que só foi superada em 2012. Com a água acumulada nos açudes, foi possível recuperar os reservatórios secos e iniciar o aporte. Segundo o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, o aporte deste ano foi bastante proveitoso, mas existe preocupação com relação ao abastecimento do Estado.

“Neste ano tivemos recargas interessantes no sul do Ceará, na Bacia do Alto Jaguaribe, onde o Orós chegou a 50%, na Bacia do Salgado, que gera aportes para o Açude Castanhão, e sobretudo, na Região Metropolitana onde os reservatórios chegaram a 100%. Mas nos preocupam ainda as Bacias do Curu, onde a recarga foi abaixo da média, e em alguns pontos do Sertão Central, que apresenta um nível de criticidade alta em alguns reservatórios”, diz Teixeira.

O volume de água já acumulado irá refletir em cenários futuros. Conforme o secretário, caso haja uma quadra chuvosa regular, ao final do primeiro semestre de 2023, o Ceará deve ter uma situação confortável em seus açudes. “Os grandes açudes, como Castanhão e Orós, que estão com aporte satisfatório, em conjunto com um aporte considerável e uma quadra chuvosa regular podem fazer com que o nível dos açudes cheguem a 50% ao final da quadra chuvosa de 2023, mas ainda é muito cedo para fazer uma previsão precisa.”

APORTE NO ANO DE 2012
O ano de 2012, apesar de ter sido o último em que as reservas estavam acima dos 30% em novembro, foi apenas o início da grande seca. “De 2013 pra cá o aporte dos açudes foi decaindo, chegando a atingir os menores índices em 2016, 2017 e 2018. No mês de junho, final da estação, os açudes se encontram sempre no seu melhor momento. Neste ano de 2022, chegamos a quase 40%. O último ano que atingimos esse percentual foi em 2013, quando atingimos mais de 40%”, avalia.

A região com o maior aporte hídrico, atualmente, é o Baixo Jaguaribe, que se encontra com 79,3%, enquanto a situação mais crítica acontece na Bacia do Banabuiú, que tem apenas 10,4% de aporte. O Sistema de Recursos Hídricos do Ceará mensura o aporte dos açudes de acordo com o percentual.

Os açudes que registram abaixo de 10% de aporte são considerados de situação muito crítica; os abaixo de 30% são os de situação crítica; e os acima de 50% são avaliados como “confortáveis.”
Além do Baixo Jaguaribe, as regiões de Acaraú (72,2%), Coreaú (71,9%), Metropolitana (68,8%), Litoral (60,4%), Serra da Ibiapaba (53%) e Salgado (51,5%) estão com aportes consideráveis.

A região do Alto Jaguaribe, com 44,5%, está com bom aporte. Enquanto as regiões do Médio Jaguaribe (20,1%), Curu (17,7%), Sertão dos Crateús (15,1%) e Banabuiú (10,4%) estão em situação crítica. Nenhuma das regiões apresentou menos de 10% de aporte.

O secretário ressalta a importância do uso racional da água, porque, apesar dos bons índices, o Ceará apresenta uma irregularidade pluviométrica e aportes de açudes indefinidos. “Podemos ter anos com chuvas muito boas, e bons aportes, e podemos tem anos com chuvas abaixo da média, de até uma década, como aconteceu recentemente, entre 2012 e 2018, 2019. Portanto, é preciso o uso racional da água para que tenhamos sempre alguma segurança”, conclui.

Related Post

Apesar do bom aporte de novembro, bacias preocupam segurança hídrica no Ceará Informação é da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado. Portal Hidrológico registrou um total de 33,1% de água acumulada, que só foi superado em 2012 BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...