Deflação tem pausa na RMF após três meses seguidos IPCA da Região Metropolitana de Fortaleza vem de quedas de 0,65%, 0,74% e 0,65%, respectivamente, em julho, agosto e setembro. Com resultado de outubro, inflação acumulada na região em 2022 chega a 4,82%




O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) teve alta de 0,61% em outubro, interrompendo uma sequência de três meses seguidos de deflação. O índice vem de quedas de 0,65%, 0,74% e 0,65%, respectivamente, em julho, agosto e setembro. Com o resultado, a inflação acumulada na região em 2022 chega a 4,82%.

Os dados são da pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Se comparada com os últimos 12 meses, o acumulado ficou em 6,52%. Já no mesmo período do ano passado, em outubro de 2021, a taxa havia sido de 0,96%. Desta vez, o grupo Vestuário teve a alta mais intensa com 2,12%, mas a maior influência no índice geral veio da Habitação, com crescimento de 0,99% e impacto de 0,16 ponto percentual (p.p.) no índice geral.

Na sequência das maiores influências estão os grupos de Alimentação e bebidas (0,48% e 0,12 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,88% e 0,11 p.p.). Ao OPINIÃO CE, o professor e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, avalia que a deflação nos últimos três meses na RMF foi pontual e teve ligação com três fatores: interferências políticas no que se refere à redução do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) dos combustíveis, da energia elétrica e do setor de telecomunicação.

Segundo o economista, o mercado esperava o índice inflacionário de outubro de 0,48%, mas veio acima do 0,59%. “Os preços dos alimentos continuam pressionando a inflação para cima, mas também a parte de vestuário e dos combustíveis, que também que voltaram a subir. É o indicativo do que teremos para os próximos meses, ou seja, ainda há persistência do processo inflacionário.” Coimbra ratifica que a inflação deste ano deve terminar próximo aos 6%, a depender do que vai acontecer no direcionamento de transição entre os governos Bolsonaro (PL) e Lula (PT).

Em relação ao início de 2023, o economista indica que as medidas que serão tomadas pela nova gestão federal possam ajudar no controle do processo inflacionário. Por outro lado, dependerá também dos arranjos sobre a manutenção dos recursos, como o Auxílio Brasil, e com a potencialidade de um ajuste fiscal no futuro para tentar conter o crescimento dos gastos ao longo do tempo. O economista Wandemberg Almeida diz à reportagem que a deflação ocorrida nos últimos meses teve caráter momentâneo e que não iria perdurar.

Para além da greve pontual dos caminhoneiros depois do resultado das eleições 2022, o especialista avalia que no final de ano há sempre um aumento natural do preço dos produtos, revelando “um aquecimento em alguns setores, o que demonstra a elevação do preço de alguns serviços e produtos. A cesta básica voltou a subir também, o que acaba contribuindo para a inflação ter aumentado. Até terminar o ano, haverá mais aumentos.”

NACIONAL
No cenário nacional, o grupo Vestuário teve a alta mais intensa, 1,22%, mas a maior influência no índice geral veio de Alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual (p.p.) no índice geral.
Na sequência das maiores influências estão os grupos de Saúde e cuidados pessoais (1,16% e 0,15 p.p.) e Transportes (0,58% e 0,12 p.p.).

A alta nos alimentos foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%), com batata-inglesa (23,36%) e tomate (17,63%) contribuindo, juntas, com 0,07 p.p do resultado total do mês. O grupo também registrou aumentos na cebola (9,31%) e nas frutas (3,56%). Entre as quedas, destaque para o leite longa vida (-6,32%), que já havia recuado 13,71% em setembro, e o óleo de soja (-2,85%), que marcou a quinta queda consecutiva.

Na alimentação fora do domicílio, que cresceu 0,49%, o lanche desacelerou e saiu de 0,74% em setembro para 0,30% em outubro, enquanto a refeição seguiu caminho inverso, de 0,34% em setembro para 0,61% em outubro.

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