Entenda como funciona a transição de governo de Bolsonaro para Lula Entre essas informações que precisam ser repassadas a nova gestão está, por exemplo, a questão econômica como as despesas, dívidas e receitas dos cofres da União




Com a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no domingo, 30, inicia um dos principais processos democráticos do País: a transição de poder. Com isso, a equipe do atual governo, de Jair Bolsonaro (PL), precisa oferecer as informações necessárias do andamento da administração do País a uma equipe indicada pelo presidente eleito. Entre essas informações está, por exemplo, a questão econômica como as despesas, dívidas e receitas dos cofres da União.

Nesta terça-feira, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que, com autorização do presidente Bolsonaro, iniciará o processo de transição com o novo governo eleito. “O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na Lei, iniciarmos o processo de transição. A presidente do PT [Gleisi Hoffmann], segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira [3] será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei no nosso País”, frisou, em coletiva.

O que diz a Lei?

Em 2002, o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assinou uma medida provisória, posteriormente aprovada pelo Congresso e transformada em lei permanente, com as regras para um bom início de um novo governo. Na ocasião, o próprio Fernando Henrique muniu o seu sucessor de dados do seu governo, em um processo reconhecido no meio político como tranquilo e civilizado. Na ocasião, assumiu, para seu primeiro mandato, o próprio Luiz Inácio Lula da Silva.

Neste pleito, que marca sua terceira volta ao Planalto, Lula já mobilizou nomes de confiança para iniciar a transição. A coordenação, nos próximos 2 meses, ficará a cargo do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). “Nosso objetivo será fornecer ao presidente Lula, de forma republicana e democrática, todas as informações necessárias para que seu mandato, que começa em 1° de janeiro, seja bem-sucedido no atendimento das prioridades da população”, disse Alckmin nas redes sociais.

De acordo com a Lei nº 10.609, de 2002, o eleito ao cargo de presidente da República poderá criar uma equipe de transição com o objetivo de se inteirar do funcionamento dos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública Federal e preparar os atos do novo governo a serem editados imediatamente após a posse.

A equipe de transição terá acesso às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos projetos do governo federal. Os membros dessa equipe receberão informações de diversas áreas, como economia, saúde, educação e infraestrutura, por exemplo, e ocuparão cargos públicos temporários, criados exatamente para esse fim, os Cargos Especiais de Transição Governamental (CETG). A lei estabelece um limite de 50 pessoas para esses cargos. Os CETG são criados a partir do segundo dia útil após o resultado das eleições.

Os integrantes do atual governo ficam obrigados por lei a fornecer as informações solicitadas pelo coordenador da equipe de transição, bem como a prestar o apoio técnico e administrativo necessários aos seus trabalhos. Com a lei de 2002, o presidente eleito não fica refém da boa vontade do governo que se encerra para compartilhar os documentos, inclusive sigilosos, dos últimos 4 anos de gestão. É do ministro-chefe da Casa Civil a responsabilidade de disponibilizar local, infraestrutura e apoio administrativo ao presidente e vice-presidente eleitos para que possam trabalhar na transição.

A lei determina que os CETG devem ser vagos em até 10 dias após a posse do candidato eleito. Ao final desse prazo, todos os membros da equipe de transição são automaticamente exonerados. Dá-se início, definitivamente, ao novo governo. As informações são da Agência Brasil.

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