Bolsonaro busca medidas populistas para conseguir reeleição

 22/10/2021 > SEXTA-FEIRA

Com baixa popularidade e diante da grave crise econômica e das denúncias da CPI da Covid, Bolsonaro tenta apresentar uma agenda positiva. Em meio a inaugurações de obras, anuncia benefício para 750 mil caminhoneiros e insiste que pagará Auxílio Brasil de R$ 400.

O chefe do Executivo tem viajado o país ao lado de aliados, entre os quais integrantes do Centrão, líderes evangélicos e ministros, num ritmo frenético, semelhante ao de campanhas eleitorais - (crédito: Andre Coelho/AFP)


Com a popularidade em queda livre, a grave crise econômica e o desgaste provocado pela CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro partiu de vez para a campanha eleitoral antecipada e tem buscado medidas populistas para tentar um segundo mandato.

O chefe do Executivo tem viajado o país ao lado de aliados, entre os quais integrantes do Centrão, líderes evangélicos e ministros, num ritmo frenético, semelhante ao de campanhas eleitorais. Nesta semana, por exemplo, está entregando obras de infraestrutura hídricas que fazem parte da Jornada das Águas, ações em cidades do semiárido. O foco é a conquista, principalmente, do eleitorado nordestino, que, em geral, ainda é fiel ao ex-presidente Lula, líder das pesquisas de intenção de voto.

Bolsonaro tenta mudar essa realidade com medidas que devem sair caro à União, em um momento de grave crise nas contas públicas. Ele tem apostado no Auxílio Brasil — o substituto do Bolsa Família —, no valor de R$ 400, como principal arma para 2022. O novo programa ainda não tem fonte de custeio definido, mas a ordem do presidente é fazer o que for preciso para lançá-lo ainda neste ano.
Além disso, afirmou que criará um benefício para 750 mil caminhoneiros autônomos para compensar o aumento do diesel (leia reportagem ao lado). O anúncio foi feito ontem, durante cerimônia de inauguração do Ramal do Agreste, em Sertânia (PE). No evento, ele culpou governadores pelo aumento da inflação, por causa das medidas restritivas adotadas pelos gestores no combate à pandemia.
Nos eventos oficiais, Bolsonaro tem usado o palanque para inflar seus apoiadores radicais contra o PT.

Em Sertânia, disse que “o país sabe o que não quer”. Apesar do tom de comício, negou que esteja fazendo campanha. “Ninguém veio aqui falar de eleições, ninguém veio falar de 2022, mas nós devemos nos preocupar”, frisou. “Cada vez mais, temos deixado para trás o vermelho, que representa o ódio, a intriga, a divisão de classes, a corrupção e o atraso.” Segundo ele, “querer a volta desse que afundou o Brasil em corrupção, em descumprimento de legislação e em desesperança, é querer o próprio fim”.
Mais cedo, em São José de Piranhas (PB), Bolsonaro atacou Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid. Disse que chamar o parlamentar de “vagabundo” é elogio: “Não há maracutaia lá por Brasília que não tenha o nome do Renan envolvido”, disparou. No relatório, o senador pede o indiciamento do presidente por nove delitos, incluindo crime de responsabilidade e contra a humanidade.

(*) Correio Braziliense
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