Raimundo Nonato Brasil disse não responder pela Voetur, empresa responsável pelo pagamento e do mesmo grupo da VTCLog.
CPI obteve indícios de que contas de Dias foram pagas por empresa do grupo da VCTLog, mas Nonato Brasil disse não responder pela outra empresaEDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO - 05.10.2021 |
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta terça-feira (5), Raimundo Nonato Brasil, sócio da VTCLog, afirmou que a empresa não fez pagamentos a Roberto Ferreira Dias pela assinatura de aditivo ao contrato com o Ministério da Saúde. Enquanto estava no cargo de diretor do Departamento de Logística (DLog) da Pasta, Dias assinou um reajuste de 18% no valor a ser pago à empresa em um contrato para prestação de serviço de armazenamento e distribuição de insumos para o ministério, como vacinas e medicamentos.
O aditivo ao contrato, firmado em 2018, foi assinado por Dias em maio deste ano. O ex-diretor do DLog é alvo da comissão por suposto pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19. O reajuste aprovado por ele alterou a forma de aferir os serviços executados e, segundo despacho do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou a suspensão do aditivo no mês passado, teria havido a aceitação do DLog de pagar à empresa um valor "1.800% superior ao recomendado por meio de parecer técnico, o que poderia caracterizar sobrepreço".
Ao responder às perguntas do relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), Nonato Brasil afirmou que a empresa nunca ofereceu vantagem a Dias pela assinatura do aditivo. A resposta foi contestada pelo senador, que apontou que a CPI obteve comprovação de que a VTCLog pagou “compromissos” de Roberto Dias, como contas e boletos.
“Então, sabemos que ela pagou compromisso do Roberto Ferreira Dias. Eu estou perguntando se, para que ele assinasse esse aditivo, se convencesse, houve também pagamento igual a esse que nós já comprovamos aqui”, insistiu o relator.
“Afirmo para o senhor, dou a minha palavra com toda a modéstia, excelência. Palavra de homem: nunca existiu pagamento para o sr. Dias”, repetiu Nonato Brasil.
(*) Agência Senado
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