Teich destaca papel da OMS sem falar sobre política de isolamento

Em reunião com representantes de outros países, o novo ministro da Saúde reconheceu o papel da Organização no combate à pandemia do coronavírus, mas não detalhou se defenderá o isolamento total ou parcial no Brasil.

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, ainda não se pronunciou se a Pasta, agora sob seu comando, vai defender o isolamento total ou o parcial, pregado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no enfrentamento ao novo coronavírus. Ao participar, ontem (19), de reunião com ministros da saúde de outros países, Teich destacou o papel da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à pandemia.
Ele ressaltou "a necessidade de uma abordagem integrada com outras organizações" e que "o Brasil reconhece o papel da OMS". A afirmação foi feita em videoconferência com os ministros da saúde do G20, as 20 maiores economias mundiais. Essa foi de uma das primeiras agendas oficiais de Nelson Teich desde que assumiu o Ministério da Saúde, há três dias.
O novo ministro criticou durante a reunião as "fake news" e afirmou que a disseminação de informações falsas é um problema no combate à pandemia. Sobre as estratégias do Brasil, ele não detalhou se o Ministério defenderá o isolamento total ou o parcial, voltado apenas a pessoas idosas ou com doenças crônicas e que é o defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.
Discurso
"Como a gente não sabe quanto tempo vai levar para obtermos uma vacina que nos ajude a sair desta situação de uma forma mais simples, precisamos realmente entender o que está acontecendo para que a gente consiga desenhar as políticas e ações que vão nos ajudar a passar por isso da forma mais rápida", disse.
Teich reconheceu que os sistemas de saúde do mundo nunca mais serão os mesmos após a pandemia. "É fundamental entendermos a doença e a sua evolução, como preparar o sistema para atender as pessoas que adoecem e definir os próximos passos. E, ainda, de que forma vamos usar os testes de diagnóstico na população para que possamos entender melhor a prevalência e a evolução da doença", avaliou.
Testes
Ele também voltou a defender a realização de testes em massa. "A utilização de testes nos ajudará a entender melhor a doença e a sua evolução. E, com esta informação, vamos poder preparar melhor o enfrentamento a este problema e como sair dele. Essa capacidade de entender a doença é fundamental" disse.
Teich ressaltou a importância de ações de combate à Covid-19 nos âmbitos estadual e municipal e de distribuição de material hospitalar, testes e inaladores, acrescentando que medidas nesse sentido já adotadas contaram com o equivalente a US$ 2 bilhões do Governo Federal.
Casos
O número de mortes no Brasil por Covid-19 passou de 2.347 para 2.462, de acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde ontem. No total, a Pasta contabiliza 38.654 pessoas com resultado positivo para o novo coronavírus até o momento. A taxa de letalidade continua em 6,4%. A região mais afetada pelo novo coronavírus é o Sudeste, com 55,1% dos casos, seguida pelo Nordeste (24,1%), Norte (9,5%), Sul (7,3%) e Centro-Oeste (4,0%).
Em São Paulo, estado com maior número de casos e de mortes decorrentes da doença no País, há registro de 14.267 pessoas infectadas e 1.015 óbitos, aumento de 24 mortes e 373 infectados em relação ao sábado (18). O Rio de Janeiro é o segundo estado com mais casos.
DN

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