As articulações públicas do PT em direção ao PDT têm muitas versões na arena política. Parecem ser muitos movimentos, mas, na realidade, fica perceptível a pauta petista.
É relevante avaliar os muitos cenários, com episódios relativamente importantes, envolvendo atores dos dois lados, com destaque para o presidenciável Ciro Gomes, liderança maior do PDT no Brasil. Ele está em terceiro lugar nas pesquisas, que há seis meses mostram os três principais candidatos congelados, algo jamais registrado na história das eleições no Brasil.
Mas, o que quer mesmo o PT, se formos levar em conta os movimentos dos seus líderes nacionais e em território cearense? A resposta, pelo que está posto, é abrangente, mas resumirei em alguns pontos. 1 - O PT quer a vice na chapa do PDT. 2 - Caso indique o vice, o PT não se importa se o candidato for Roberto Cláudio, Evandro, Mauro Filho ou Izolda. 3 - O PT quer Ciro Gomes fora da disputa presidencial. 4 - Ciro não precisaria anunciar apoio a Lula. 5 - A saída de Ciro da corrida presidencial junta toda a esquerda em apoio a Lula, segundo coordenadores da campanha.
A pauta petista tem ainda outros atores que prejudicam o entendimentos. Luizianne Lins, José Airton e Elmano de Freitas. Eles querem que o PT tenha candidatura própria no Ceará. São três as motivações. 1 - Saber o tamanho do PT com apoio de Lula e Camilo. 2 - Construir um partido mais forte. 3 - Silenciar Ciro Gomes, construindo um palanque só para Lula.
O PDT confiou ao então governador Camilo Santana a coordenação da sua sucessão. A cúpula do PDT afirma que Camilo atropelou o processo, ao declarar apoio aberto à reeleição de Izolda, sabendo que o partido tinha quatro pré-candidatos e um processo de encontros e eventos deles, para depois definir o nome. Outra reclamação são vetos e a interferência petista na escolha. Se PDT e PT superarem essas questões, estarão juntos em 2022. Irão para a arena política separados, se as conversas não avançarem e as divergências se mantiverem até a data final das convenções.
O prognóstico atual seria a separação. Faltando 40 dias para a data limite das convenções, o tempo pode ter influência. Nos diálogos com pedetistas, algo parece senso comum: o apoio à candidatura de Camilo ao Senado. O PDT estaria honrando sua parte do acordo.
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