Bolsonaro copia FHC e Dilma e quer comprar a reeleição



Em 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso, embalado pelo Plano Real e com o PT e Lula ameaçando chegar ao Palácio do Planalto, decidiu mudar a Constituição e a história do Brasil, ao apresentar

Proposta de Emenda Constitucional (PEC), instituindo a reeleição para presidente da República. Deputados e senadores receberam propinas em dinheiro, concessões de rádio, TV, mineração e verbas públicas para virar a favor. Também, deram sinal verde para estender a reeleição para governadores e prefeitos. Foi um escândalo nunca investigado. O Ministério Público nunca investigou, o procurador Geraldo Brindeiro arquivou as denúncias. FHC deixou o Palácio do Planalto, em 2003, rico, mas com a marca de presidente com menor popularidade da história.

O ex-presidente Lula, logo no início do segundo ano de mandato, foi pego, distribuindo propina a parlamentares, gerando o escândalo batizado de mensalão. Malas de dinheiro circulavam nos gabinetes de deputados e senadores. O deputado Roberto Jeferson, guloso, reclamou que a “grana” era pouca e pediu mais. Não foi atendido e decidiu denunciar o esquema, apontando o Chefe da Casa Civil, José Dirce, como o coordenador do mensalão e Lula, o chefe. Ele quase perde o mandato. Jogou mais dinheiro e cargos e construiu uma nova maioria, atraindo o centrão. Acabou reeleito e o centrão seu parceiro.

Em 2014, Dilma, para se reeleger, assinou mais de três mil ordens de serviço de obras pelo Brasil, assinou mais de 900 medidas provisórias, atendendo deputados, senadores e entidades do empresariado. Venceu o tucano Aécio Neves. O resultado maior da reeleição dela foram o surgimento da Operação Lava Jato e o desequilíbrio fiscal, que motivou politicamente o Congresso Nacional a lhe tirar o mandato, em julgamentos muito mais políticos do que mesmo por crime de responsabilidade. Dilma torrou só em dinheiro, para se reeleger, cerca de R$ 800 milhões, comprando lideranças, segundo o ex-ministro Palloci, tesoureiro da campanha.

Agora, em 2022, o presidente Bolsonaro, vendo a dificuldade de se reeleger, está construindo uma tática perigosa e muito parecida com o que fizeram FHC e Dilma: usar a máquina pública e os cofres do governo para comprar votos dos mais pobres, que se negam a apoiá-lo, segundo as pesquisas de intenções de votos. O Nordeste é o alvo. Bolsonaro perde com mais de 40% dos votos para Lula e Ciro. O presidente já comprou o Congresso, ao permitir o orçamento secreto, onde deputados e senadores podem liberar R$ 31 bilhões em emendas parlamentares. O Supremo Tribunal Federal (STF) tentou barrar, mas o Congresso transformou em lei.

O presidente Bolsonaro e seus apoiadores do centrão querem dobrar o valor do vale gás, que sairia de R$ 53 para R$ 100. Pretendem, ainda, reajustar de R$ 400 para R$ 600 o Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família) e criar um auxílio caminhoneiro, taxista e motoboy, com valor de até R$ 1 mil reais. As consultas estão dedo feitas aos órgãos de controle como CGU, TCU e e especialistas na Câmara e Senado.

Bolsonaro já executou parte do plano da reeleição. Derramar recursos públicos para distribuir com a pobreza resolve?

(*) RM

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