Dois dos três adolescentes feridos no ataque a tiros ocorrido na manhã desta quinta-feira (25) no Colégio Estadual Luiz Felipe, em Sobral, receberam alta. O terceiro estudante permanece internado na Santa Casa de Misericórdia de Sobral, sob cuidados da equipe multiprofissional.
Estudantes correram assim que ouviram os disparos de arma de fogo, e o momento de tensão na escola foi registrado em vídeo. Alguns adolescentes chegaram a ver os corpos das duas vítimas fatais, Luis Oliveira Filho, de 17 anos, e Victor Guilherme, de 16 anos, no chão.
Imagens de câmeras de segurança mostram dois criminosos chegando em uma motocicleta, estacionando ao lado do Colégio Estadual Luiz Felipe e caminhando em direção ao pátio durante o intervalo. Eles efetuaram disparos contra os estudantes, atingindo cinco adolescentes. Os suspeitos fugiram do local após a ação.
Ações das autoridades
O Colégio Estadual Luiz Felipe é reconhecido nacionalmente pelo engajamento acadêmico e cultural e possui projetos premiados, como o “Espaço Delas”, voltado à formação de meninas cientistas. A instituição também se destaca em Linguagens e Códigos e Geografia, com alunos medalhistas em competições nacionais e estaduais.
O prefeito Oscar Rodrigues informou que a Guarda Municipal, ambulâncias e transporte escolar foram acionados para atender a comunidade. O governador Elmano de Freitas e o ministro da Educação, Camilo Santana, se manifestaram sobre o episódio, classificando-o como “gravíssimo e intolerável”.
A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) comunicou a suspensão das aulas nesta sexta-feira (26) e informou que os estudantes terão suporte de profissionais de Psicologia no retorno às atividades.
O Núcleo de Acolhimento às Vítimas de Violência (Nuavv) da Região Norte foi acionado para prestar suporte às vítimas diretas e indiretas, e as investigações seguem com a Polícia Militar, Polícia Civil, Perícia Forense e Guarda Civil Municipal de Sobral.
Acompanhamento do Ministério Público
O promotor de Justiça José Borges detalhou, em entrevista exclusiva à TV Cidade, o acompanhamento das vítimas do ataque: “O Ministério Público veio acompanhar essa situação por meio do núcleo de acolhimento às vítimas de violência. Estamos também acompanhados da Promotoria de Justiça da Educação. Viemos exatamente procurar entender a situação, acolher as vítimas diretas, aquelas que foram atingidas pelos atos criminosos, e também as vítimas indiretas, que são aquelas pessoas que vivem no entorno e sofrem as consequências desses atos”, disse Borges.
Borges reforçou que o momento é de acolhimento e entendimento das necessidades das vítimas e da comunidade escolar: “Começamos com a direção da escola. Esse é um momento de muito pesar, de muito sofrimento. É uma tragédia que a gente não espera que aconteça em uma escola. Então este é um momento de acolhimento, de entender as vítimas, suas dores e inquietações”, completou.
O promotor ainda ressaltou o repúdio do MP a toda forma de violência e destacou a atuação do órgão na responsabilização de todos os envolvidos: “Quando não conseguimos prevenir a violência por meio da escola, da família ou do Estado, a violência se instaura. Este tipo de violência, que eventualmente envolve organizações criminosas, merece todo o nosso repúdio, e o Ministério Público atua para responsabilizar todos os autores de tais atos”, afirmou Borges.
(*) gc+
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