Após conquistar o maior número de prefeituras no Ceará nas eleições de 2024, o PSB mergulhou em uma crise sem precedentes na história da sigla no Estado. Lideranças municipais e estaduais passaram a ser investigadas por envolvimento em esquemas que vão de fraudes em emendas parlamentares a alianças com facções criminosas, passando por compra de votos e ameaças a eleitores.
O desgaste atinge figuras estratégicas do partido e ameaça o projeto do grupo liderado pelo senador Cid Gomes (PSB) para 2026. Um desses planos inclui lançar o deputado federal Júnior Mano (PSB) ao Senado, contudo, o parlamentar é peça central em uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre desvio de recursos públicos.
Enquanto as apurações avançam e denúncias contra integrantes da sigla aumentam, a cúpula do PSB Ceará adota o silêncio e evita tomar decisões sobre o futuro de seus filiados acusados de integrar esquemas criminosos.
CASO JÚNIOR MANO E BEBETO QUEIROZ
Uma das frentes da crise no PSB ganhou novo impulso na última terça-feira (8), quando Junior Mano foi alvo da Operação Underhand, da PF. Os agentes federais apuram sobre supostas fraudes no uso de emendas parlamentares e na realização de processos licitatórios.
Segundo os investigadores, “a atuação do parlamentar extrapola a esfera meramente política, configurando-se como operador ativo da engrenagem criminosa”. Essas denúncias envolvem ainda o prefeito eleito e foragido de Choró, Bebeto Queiroz, outro quadro do PSB.
A PF aponta que Junior Mano teria “papel central” na destinação de emendas a serem desviadas, enquanto Bebeto comandaria a rede criminosa que operava por meio de ameaças a adversários e ofertas de "vantagens materiais e financeiras a eleitores em troca de votos".
Bebeto Queiroz está foragido desde dezembro do ano passado, após ser alvo de uma operação da Polícia Federal. Em abril, o prefeito eleito e seu vice, Bruno Jucá (PRD), tiveram os mandatos cassados pela Justiça Eleitoral.
Todos os políticos envolvidos no caso negam as acusações. No pronunciamento mais recente sobre o assunto, Junior Mano disse que não tem participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos em prefeituras. Ele reforçou o compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública, destacando que tem convicção sobre o “reconhecimento de sua correção de conduta".
Ainda em dezembro, Bebeto Queiroz se posicionou nas redes sociais dizendo ser inocente com relação aos fatos investigados.
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