Nas últimas três eleições municipais, em Fortaleza, o PDT e o PT se enfrentaram no 1º turno e se uniram no 2º turno. O comportamento do PT, se isolando, está fazendo o partido derreter, mas oxigena a militância. O desempenho eleitoral petista, na capital, exibe uma ida ao segundo turno, com Elmano de Freitas e duas derrotas, ainda no primeiro turno, da candidata Luizianne Lins.
O retrospecto mostra uma fase do PT em queda, por dois motivos: o desempenho das gestões do PT em Fortaleza e a operação Lava Jato, que atingiu fortemente o partido. Agora, com Lula voltando, após ter seus processos anulados e transferidos para uma Vara Federal de Brasília, os petistas acreditam em bom resultado eleitoral no Ceará, colocando candidato ao governo, ancorado no nome de Lula. Ciro Gomes já disse que não se acompanha com “ladrão”, em referência a Lula. Luizianne e Zé Airton, que falavam de forma isolada, estão, aos poucos, conquistando o apoio do deputado Guimarães, dono da maioria dos votos dos convencionais do PT.
Experiente no trato do jogo na arena política, o senador Cid Gomes disse que o candidato do PDT seria escolhido no momento certo, sem pressa, por conta, também, de “fatores externos”. Ele sabia que o PT seria complicado para a aliança no 1º turno, devido à eleição nacional, e por ter o PT a possibilidade de vingança, pelas sucessivas derrotas dos seus candidatos em Fortaleza, para os candidatos do PDT. Cid e Roberto Cláudio são alvos de veto para projetos majoritários em parceria com o PT.
No lançamento da candidatura do ex-presidente do PT no Ceará, De Assis Diniz, o deputado Guimarães voltou a colocar a hipótese do lançamento de candidatura própria. “Não vamos nos calar”, disse o deputado, se referindo aos duros discursos de Ciro Gomes em direção ao ex-presidente Lula.
Estamos a pouco mais de um mês para o início das convenções. É muito tempo para um contexto tão tumultuado, onde o PT, na avaliação de alguns petistas, botou salto alto e esqueceu que o adversário não é Ciro Gomes e sim Bolsonaro.
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