Novo levantamento dos níveis de SARS-CoV-2 nos esgotos de Fortaleza indica o declínio da concentração do vírus. A interpretação tem como base os dados repassados pelo projeto Rede Monitoramento Covid Esgotos, que apontam redução da carga viral desde o último dia 17 de julho na capital.
O levantamento é um importante indicador que sugere o início do fim da quarta onda de infecções pela doença, segundo o Centro de Inteligência em Saúde do Estado do Ceará (Cisec), da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP-CE).
No boletim divulgado em meados de maio, os pesquisadores do Centro já alertavam para o início da quarta onda, quando as estações de tratamento de esgotos e sub-bacias registravam um aumento do coronavírus nas amostras coletadas.
Apesar de trazerem o recorte da situação da Capital, os índices também podem se refletir no comportamento geral. “Nós sabemos que em Fortaleza começa a maioria das ondas de covid-19 do Estado e, o fato dela apontar a queda da maior concentração do vírus, é um importante indicativo de que esse cenário possa repercutir nos demais municípios cearenses”, explicou o cientista-chefe da Saúde no Ceará e coordenador do Cisec, José Xavier Neto.
Ainda segundo o cientista, mesmo com a realização de grandes eventos recentes, como festivais de música e religiosos, a interpretação continua favorável para o fim da quarta onda, dado o grau de tempo e de dispersão que são necessários para promover um ciclo epidemiológico de covid-19 em uma cidade de grande porte, como Fortaleza.
“Seriam necessárias muito mais semanas para o surgimento de uma nova onda. Por isso, acreditamos que a atual redução da concentração do vírus é mais importante que a possível introdução da carga viral durante esses grandes eventos. O que pode acontecer, a gente espera que não, é a semeadura para a quinta onda. Além disso, existe a imunidade provisória adquirida pela própria quarta onda, a não ser que uma nova variante surja, mas, no Ceará, ainda não há evidências disso”, pontuo Xavier.
(*) G1
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