Série: mortos, feridos e vencedores das eleições de 2022 no Ceará e no Brasil Para muitos derrotados, só resta a aposentadoria. Para outros, reerguer-se só com um profundo e severo exercício de humildade. Aos vitoriosos, um aviso: toda glória é efêmera




Como toda guerra política, as eleições gerais de 2022 fez suas vítimas. Algumas, fatais e para todo o sempre. Outras, terminaram o processo gravemente feridas. Há gente na UTI, em coma político. Há outras cuja derrota foi um duro e pedagógico aprendizado.

Como diria Wiston Churchill, um dos maiores protagonistas da política mundial da era moderna, “a política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”.

Sim, o premier que comandou a Inglaterra na Segunda Guerra Mundial, sabia bem o que dizia. Um profundo conhecedor da História, escritor, jornalista, Churchill experimentou pessoalmente o amargor das intensas derrotas e o doce sabor de incríveis vitórias.

Para cada derrotado deprimido pelo julgamento popular, há um vitorioso que mereceu o reconhecimento do seu povo.

Na guerra política e eleitoral, há também as vitórias e derrotas no campo da institucionalidade e dos ideais de democracia.

Para muitos derrotados de agora, só resta a aposentadoria. Para outros, a possibilidade de reerguer-se só se concretiza com um doloroso e severo exercício de humildade.

Para os vitoriosos, principalmente os que ganharam a batalha já no primeiro turno (na verdade, a guerra política nunca termina), um ensinamento dos tempos do Império Romano: Sic transit gloria mundi (toda glória no mundo é transitória).

Vencedor, o general, vestido de púrpura e a coroa de louros na cabeça, entrava em Roma em uma biga dourada puxada por quatro belos cavalos brancos. Diante dele, os valiosos despojos dos vencidos, que passava a ser a riqueza de Roma. O poder, a aristocracia e o povo romano o recebia com festas, pompas e louvores.

Na biga, postado atrás do general aclamado como um Deus, um escravo a murmurar repetidamente: “Toda glória é efêmera! Toda glória é efêmera!”

A frase latina Sic transit gloria mundi também fez parte de uma tradição católica até 1963, durante as coroações papais. Recém-escolhido, o novo papa partia da Basílica de São Pedro em procissão, que parava três vezes. Nesses momentos, o mestre de cerimônias se ajoelhava diante do novo líder da Igreja e, em voz alta, dizia três vezes: “Sancte Pater, sic transit gloria mundi!” (Santo Padre, assim passa a glória mundana!)

Pois é. Na sequência (aleatória) ainda no rescaldo da apuração dos votos, que representa tanto a guilhotina quanto a coroação, apresento a cada dia a lista comentada dos derrotados e vitoriosos do dia 02 de outubro de 2022, a sexta eleição geral brasileira do século 21.

Trata-se de uma abordagem a ser feita com a devida parcimônia, mas com a necessária clareza. Em política, como sabemos muito bem, o derrotado de hoje pode ser o vitorioso da próxima eleição. E vice-versa.

Vencedora (por enquanto)
A Democracia brasileira: O país caminha para o seu mais longo período de liberdades democráticas desde a instauração da República, em 1891. A ditadura militar chegou ao fim em 1984 com a ascenção, ironicamente sem o voto popular, de Tancredo Neves e José Sarney para a Presidência da República. Tancredo morreu antes de assumir. O poder caiu nas mãos de Sarney, um politico que ajudou a ditadura, mas que no exercício do poder manteve-se firme nos própósitos da nova República que ali se erguia. Portanto, já se vão 38 anos de democracia que, como também dizia Churchill, é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais.

Vencedora
As urnas eletrônicas: Sim, após constantes tentativas de desmoralizar o mais moderno, eficiente e seguro sistema de votação e contagem de votos do mundo, os resultados reinaram incontestes. E assim deverão permanecer no segundo turno e nas eleições vindouras.

Na sequência deste texto nos dias que se seguem, trataremos de pessoas físicas e partidos políticos. No Ceará e no Brasil. Inclua-se na lista políticos que nem sequer disputaram as eleições, mas terminaram fragorosamente derrotados.

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br

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