Lula registra 12,5 milhões de votos a mais que Bolsonaro no Nordeste

Petista obteve 59,5 mi de votos, ante 57,6 mi recebidos pelo candidato à reeleição com 98,56% das urnas apuradas. Chapa eleita - que tem como vice Geraldo Alckmin, vai assumir em 1º de janeiro de 2023.


venceu nos nove estados nordestinos, ficando com 69,3% dos votos válidos desta parte do Páis. Excluindo brancos e nulos, 32.506.597 nordestinos votaram. No geral, Lula e Bolsonaro ampliaram seus números em relação ao primeiro turno.

Lula teve, neste domingo, 60.345.999 votos (50,9%) – 3 milhões a mais que no 1º – frente a 58.206.354 (49,1%) de Bolsonaro – 7 milhões a mais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu a totalização dos votos às 00h18 desta segunda-feira, 31. Do total de 156.454.011 eleitores aptos a votar, 124.252.796 compareceram às urnas, número equivalente a 79,41%. Os votos válidos totalizaram 118.552.353. A abstenção alcançou 32.200.558, representando 20,59%. Os votos nulos foram 3.930.765, o que corresponde a 3,16% do total de votos. Já os votos em branco somaram 1.769.678 (1,43%).

No total, foram apuradas 472.075 seções eleitorais, a última delas no Amazonas.

Divisão política

O triunfo de Lula se deu em um cenário de forte divisão política da sociedade e representou uma significativa recuperação pessoal. O petista passou um ano e sete meses preso após ser condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá (SP). O líder máximo do PT deixou a cela especial da Polícia Federal em Curitiba em novembro de 2019. Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou as condenações impostas a ele pela operação, permitindo que Lula disputasse as eleições deste ano.

Em menos de quatro anos – próximo do período em que Bolsonaro exerceu o cargo de presidente -, o petista, que teve a prisão decretada pelo então juiz e atual senador eleito Sérgio Moro (em abril de 2018), passou da ruína ao auge político. Nos próximos 60 dias, o Brasil terá o desafio de fazer uma transição sem traumas, com foco único e absoluto no interesse nacional. A travessia governamental está regulamentada por lei e permite que o novo presidente convoque uma equipe de até 50 pessoas para a ocupação de cargos especiais durante esse período.

A Lula caberá a significativa tarefa de conduzir o País a um processo de pacificação e retomada do desenvolvimento social e econômico. O Brasil que será herdado pelo ex-presidente tem características muito distintas do que ele assumiu há 20 anos, após vencer a disputa de 2002.


CENÁRIO POLÍTICO


O PT volta ao poder central também sob a exigência de fazer um governo mais amplo e negociar com um Legislativo ideologicamente mais hostil. Os partidos de direita, com predomínio das legendas do Centrão, conquistaram a maioria das cadeiras da Câmara e do Senado em disputa. Somente o PL, partido de Bolsonaro, elegeu a maior bancada do Congresso.

A sigla terá 99 deputados na Câmara a partir de 2023. A federação formada por PT, PCdoB e PV ficou com 80 deputados. O núcleo duro do Centrão, formado por PL, PP, Republicanos e União Brasil, elegeu 246 deputados, o que representa 48% da Câmara. No Senado, a eleição também foi marcada pela vitória de aliados de Bolsonaro e políticos associados ao presidente. Os partidos de direita emplacaram 19 nomes. É diante desse Congresso mais à direita e com uma parcela mais radicalizada que Lula terá de governar. A campanha petista não foi capaz, porém, de iluminar as pretensões de uma nova gestão da legenda. Um plano detalhado de propostas ficou na promessa.

Apenas faltando três dias para a votação em segundo turno, a campanha do ex-presidente divulgou uma carta aberta na qual promete combinar “política fiscal responsável” com “responsabilidade social e desenvolvimento sustentável”. Um documento considerado genérico e superficial pelos agentes econômicos.


LIRA E PACHECO


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ontem em pronunciamento, que o Brasil deu uma demonstração de vitalidade da democracia, de força das instituições e do povo, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. “A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada e seguiremos em frente na construção de um País soberano, justo e com menos desigualdades”, disse.

Lula terá de trabalhar para reunificar o Brasil, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em entrevista coletiva nesta noite, ele disse que a Casa está disposta a contribuir em apreciar os projetos do atual governo nos dois próximos meses e a ajudar na transição para o próximo governo.

“[Houve] uma clara divisão da sociedade brasileira, por votações quase simétricas, muito próximas umas das outras, para um candidato e para outro candidato. O papel dos novos mandatários é seguramente o de reunificarem o Brasil, buscarem encontrar, através da União, as soluções reclamadas pela sociedade brasileira”, disse o presidente do Senado.

Segundo Pacheco, as instituições devem procurar acalmar os ânimos e conter o ódio e o futuro presidente da República deve governar para toda a sociedade. “Dando um basta ao ódio, à intolerância, ao respeito às divergências, temos um país plural e diverso. O exemplo das instituições é fundamental que sejam dados para que a sociedade brasileira possa se reunir novamente e que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, possa governar para todos”, continuou.

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