Lula e Bolsonaro focam na guerra contra a abstenção no 2º turno Em um momento crucial da disputa pelo Palácio do Planalto, o que for conquistado nesta reta final de campanha pode significar a diferença entre vencer ou perder a eleição

A exatos seis dias para o segundo turno de uma das mais tensas eleições presidenciais desde a redemocratização do país, em que praticamente nove entre 10 eleitores estão convencidos em quem votarão no próximo domingo, as equipes de Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quebram a cabeça para conquistar os últimos votos ainda disponíveis na prateleira do eleitorado. Mas, para uma parcela considerável dos eleitores, apenas decidir qual o candidato de preferência não basta — é preciso convencê-lo a votar.

É nessa enorme distância entre intenção e gesto que os estrategistas do presidente que tenta a reeleição e do ex-presidente que tenta voltar ao governo se debruçam para descobrir as melhores rotas de atração do cidadão que decide abster-se de votar, independentemente da motivação. Etimologicamente, a palavra abstenção vem do latim abstinentia, que significa, em tradução livre, "manter-se de fora" ou "manter-se afastado".

Em um momento crucial da disputa pelo Palácio do Planalto — que deve ser decidida por margem estreita de votos, de acordo com praticamente todas as pesquisas de opinião —, o que for conquistado nesta reta final de campanha pode significar a diferença entre vencer ou perder a eleição. Mas, para cientistas sociais e estudiosos das eleições no Brasil, reduzir taxas de abstenção não é tarefa simples.

Desde que as urnas eletrônicas começaram a ser usadas em grande escala, no pleito de 1996, o fenômeno da abstenção vem sendo acompanhado a cada ciclo eleitoral. A primeira constatação é que o número de ausentes aumenta lentamente eleição após eleição. Em 2018, passou a barreira dos 20% e, no primeiro turno deste ano, chegou perto dos 21% (veja no infográfico). Outra, que a abstenção no segundo turno é maior do que no primeiro. Mas essa diferença vem caindo a cada eleição, com a convergência entre as taxas das duas rodadas do pleito.

No primeiro turno deste ano, 20,91% dos eleitores aptos a votar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não compareceram. Em números, significa 32,7 milhões de votos que não foram depositados, cinco vezes mais do que a diferença entre Lula e Bolsonaro, que ficou pouco acima dos 6 milhões de votos. É por isso que as duas campanhas tentam reduzir essa taxa.

(*) Correio Braziliense
www.carlosdehon.com

Related Post

Lula e Bolsonaro focam na guerra contra a abstenção no 2º turno Em um momento crucial da disputa pelo Palácio do Planalto, o que for conquistado nesta reta final de campanha pode significar a diferença entre vencer ou perder a eleição BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...