A convocação para a militância do PDT Ceará para reunião na sede do partido no Meireles, em Fortaleza, na tarde desta terça-feira (25), indicava a possível presença dos candidatos derrotados no primeiro turno das eleições. Apesar disso, Ciro Gomes e Roberto Cláudio não compareceram. Durante a deliberação, prevaleceu o voto “crítico” a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno presidencial, marcado para o próximo domingo (30).
Na abertura da reunião, o presidente da legenda, o deputado federal André Figueiredo, não poupou as críticas ao PT. Segundo o parlamentar, Ciro foi vítima de uma campanha de desrespeito, e, por isso, também não compareceu ao evento desta terça.
“Evidentemente que nós vamos com Lula, mesmo a despeito de tudo que o nosso grande companheiro Ciro Gomes sofreu durante o período eleitoral e pré-eleitoral com essa chacota de voto útil e que fez com que o Ciro minguasse para pouco mais de 3%, e olha como é o destino? Esses 3% vão dizer quem ganha, se é Lula ou se é Bolsonaro”, disse o parlamentar.
Figueiredo ainda complementou: “se tivesse o PT nos respeitado, nós não teríamos absolutamente dúvidas de que o companheiro Ciro estaria nesse evento, totalmente integrado, mas lamentavelmente nós vimos uma perseguição descabida contra a candidatura dele que representava o diferencial para o Brasil”.
Apoio
Logo após o resultado do primeiro turno, a maioria dos parlamentares do PDT eleitos em 2022 manifestaram apoio a Lula, atendendo a um chamado do senador Cid Gomes (PDT).
A ala pró-Ciro e Roberto Cláudio foi representada no ato do PDT desta terça-feira pelos pedetistas Lia Gomes, Sérgio Aguiar, Marcos Sobreira e Cláudio Pinho, deputados estaduais eleitos; e os federais Leônidas Cristino e André Figueiredo. Era o único segmento pedetista que resistia a fazer campanha em torno do nome de Lula.
Militância
Com boa parte da militância usando palavras de ordem como “é o jeito” e “apertarei 13 apenas por lealdade”, André Figueiredo também comentou sobre uma possível participação do PDT no governo Elmano, o que está inicialmente descartado, assim como um dos membros do partido compondo um dos ministérios de um eventual Governo Lula.
“Vamos discutir após o segundo turno em uma reunião de diretório regional. Queremos que seja uma posição que reflita a posição não de A, B e C, mas uma posição do partido. Apenas externo minha posição pessoal que o povo cearense não nos quis no governo. Quis em uma situação de oposição que não precisa ser odiosa, muito pelo contrário, até porque nós nos damos pessoalmente muito bem com o governador eleito Elmano”, pontuou o parlamentar.
O presidente do PDT-CE disse que seria incoerente os quadros do partido participarem do próximo governo, pelo menos em um primeiro momento. André Figueiredo voltou a expor os motivos do rompimento da aliança PT-PDT a nível estadual, na fase de pré-campanha e afirmou que são “feridas abertas”.
“Nós teríamos o direito de escolher o candidato ao governo enquanto o PT teria o direito de escolher o candidato ao Senado, só que os fatos mostraram o candidato ao governo teria que ser aquele que o PT queria, e isso gerou um desgaste. Tivemos vários momentos de turbulências que, em um momento adequado, nós externaremos. O momento agora é de unir forças para elegermos o Lula”, esclareceu.
Ao fim da reunião, os pedetistas citaram Leonel Brizola (1922-2004) e Darcy Ribeiro (1922-1997), que completaria 100 anos nesta quarta-feira (26). A exemplo dos dois fundadores do PDT, os partidários encerraram o evento com o Hino da Independência: “Ou ficar pela pátria livre ou morrer pelo Brasil”.
Traição
A ex-candidata a deputada federal Natália Rios (PDT) também discursou durante o evento e se posicionou dizendo que houve traição à sigla pedetista nesta campanha por parte do PT. “Traição violenta e truculenta. Apertarei o 13 apenas por lealdade ao meu partido”.
(*) O Otimista
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