Bolsonaro usa ONU como palanque eleitoral e mente sobre Lula, Petrobrás, pandemia e meio ambiente Ele acenou ao agronegócio, que lhe dá sustentação, e às mulheres, mais resistentes a seu nome, além de repetir expressões que animam seus seguidores, como "ideologia de gênero"

20/09/2022 <> TERÇA-FEIRA

247 - Jair Bolsonaro (PL) discursou nesta terça-feira (20) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e usou a tribuna da entidade como palanque eleitoral. Dias atrás, Bolsonaro esteve em Londres e usou o funeral da rainha Elizabeth II para fazer campanha.

Na ONU, ele atacou o ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário nas eleições, mentiu sobre a Petrobrás, a pandemia e o meio ambiente. Falou em "ideologia de gênero" e aborto, como forma de tentar atacar a campanha petista. O ocupante do Palácio do Planalto também acenou ao agronegócio, setor que dá sustentação ao seu governo, e às mulheres, eleitorado mais resistente a seu nome.

Bolsonaro mentiu ao dizer que seu governo pôs fim ao que chamou de "corrupção sistêmica". Ele não citou Lula, mas disse que o ex-presidente foi condenado por corrupção. Bolsonaro não esclareceu, no entanto, que o petista foi condenado em um processo viciado por um juiz parcial e suspeito, o que foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Comissão de Direitos Humanos da própria ONU. "O Brasil vem implementando reformas para atração de investimentos e melhorias das condições de vida de sua população. No meu governo extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, o endividamento da Petrobrás, por má gestão, loteamento político e desvios, chegou à casa dos US$ 170 bilhões de dólares. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1,5 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa americana outro milhão, por perda de seus acionistas", declarou.

Sobre a pandemia, ele tentou mostrar seu governo como pró-ciência e enalteceu as vacinas, diferentemente do que fez internamente. Bolsonaro atacou sistematicamente os imunizantes e desincentivou a vacinação. Não se sabe, por exemplo, até hoje se ele próprio se vacinou ou não. "Durante a pandemia de Covid-19, não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos. Como tantos outros países, concentramos nossa atenção em dar auxílio financeiro aos mais necessitados. Beneficiamos mais de 68 milhões de pessoas, o equivalente a um terço da nossa população. Em paralelo, lançamos um programa de imunização, inclusive com produção doméstica de vacinas. Já temos mais de 80% da população vacinada contra a Covid-19. Todos foram vacinados de forma voluntária". 

(*) 247
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