Debate é marcado por troca de ofensas e chuva de direitos de resposta



Promovido pela Rede Globo, o último debate antes do primeiro turno foi recheado de faíscas entre os candidatos à Presidência da República. As trocas de acusações provocaram 10 pedidos de direito de resposta

O recurso é concedido aos postulantes que se sentiram ofendidos por falas dos adversários. Já no primeiro bloco do debate promovido na noite de quinta-feira (29/9), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tiveram uma sequência de embates, nos quais os dois se acusaram de “mentirosos”. O atual mandatário chamou o petista de “ex-presidiário” e “traidor da pátria”. Lula revidou no mesmo tom, acusando Bolsonaro de propagar mentiras.

O ex-presidente também pediu direito de resposta quando o atual titular do Planalto o acusou de envolvimento na morte do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel.

“Não é possível conviver com alguém com a cara de pau do presidente. O Celso Daniel era meu amigo, ele foi chamado da prefeitura para coordenar o meu programa de governo de 2002. Agora, você culpar o Lula pela morte do Celso Daniel? Seja responsável, você tem uma filha de 10 anos vendo o programa”, afirmou Lula.

Outra dupla que protagonizou uma série de confrontos foi Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB). A candidata do União Brasil disse que o sacerdote é um “padre de festa junina” e “cabo eleitoral” de Bolsonaro.


Kelmon também teve um embate com o ex-presidente Lula, que o chamou de “impostor” e “safado”. “Eu sou cristão, sou casado na igreja, batizado, crismado e frequentador de igreja. Mas eu não estou vendo na sua cara um representante da igreja. Estou vendo um impostor. Alguém disfarçado aqui na minha frente. Só não sei como conseguiu enganar tanta gente”, disse o petista.
Fuga do tema

Nos blocos em que os candidatos responderiam a perguntas sobre temas predeterminados, os postulantes fugiram dos tópicos sorteados: preferiram retomar assuntos polêmicos e trocar acusações. Um exemplo foi o momento em que Soraya Thronicke questionou o presidente Jair Bolsonaro sobre fala dada em entrevista à TV Globo, na qual o candidato disse que só iria respeitar o resultado das eleições “se elas forem limpas”. Na ocasião, o tema selecionado era segurança pública.

Bolsonaro se negou a responder Soraya e lembrou que a candidata do União Brasil já o apoiou na campanha de 2018. “A senhora queria cargos [no governo], [queria] deitar e rolar. Como não conseguiu, praticamente virou inimiga nossa”, declarou.
Dobradinhas

Na contramão das trocas de acusações e ofensas, em alguns momentos, candidatos escolheram um “bate-bola” com oponentes mais próximos. Exemplo disso foi a dobradinha de Bolsonaro e Padre Kelmon, que concordaram por diversas vezes em fazer ataques contra a esquerda e o PT, além de vangloriar ações da gestão bolsonarista. Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke utilizaram a mesma tática.


Participaram da sabatina Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Ávila (Novo), Jair Bolsonaro, Lula, Padre Kelmon, Simone Tebet e Soraya Thronicke.

(*) Metrópoles

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